Tarifaço: plano bilionário do governo é paliativo e não atinge problemas estruturais do Brasil
- miguelfilho2x17
- 14 de ago.
- 2 min de leitura
Ações priorizam pequenas e médias empresas, mas especialistas alertam para riscos fiscais e necessidade de ampliar mercados

O governo federal anunciou, no início da tarde de quarta-feira (13), um pacote de R$ 30 bilhões para ajudar empresas afetadas pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Especialistas, porém, apontam cuidados e críticas às medidas.
O pacote foi anunciado mais de um mês após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decretar as tarifas, período em que empresas e setores produtivos já registravam perdas significativas.
O programa concentra-se principalmente em pequenas e médias empresas, deixando medidas imediatas para grandes exportadores ainda indefinidas.
Especialistas ouvidos pelo R7 enxergam as medidas como passo inicial esperado, mas há sérias preocupações com o impacto fiscal e a necessidade de ampliar mercados para reduzir a dependência dos EUA após “política externa agressiva”.
‘Solução paliativa’
Para Fabio Murad, CEO da Super-ETF Educação, o pacote representa uma solução paliativa diante de problemas estruturais mais profundos:
“A MP reflete uma tentativa desesperada de enfrentar as consequências de uma política externa agressiva, mas ela é uma solução paliativa diante de problemas estruturais mais profundos. A medida, ainda que seja vista como um alívio momentâneo para setores afetados, como o agronegócio e a indústria, não resolve a fragilidade fiscal do país.”
Segundo o especialista, no ponto de vista econômico, essa ação pode até trazer algum alívio pontual, mas ela adia o enfrentamento das questões fiscais que continuam a pressionar as contas do governo.
“Em vez de buscar diversificação de receitas ou reformas estruturais, o governo opta por soluções emergenciais, que não resolvem a raiz do problema e podem até aumentar o peso da dívida pública no futuro”, alerta Murad.




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